Chapados de Cloroquina: a morte da empatia

O que houve conosco durante esta pandemia? Assassinamos a empatia? Estávamos conscientes ou embriagados… talvez, como diziam os versos de Jim Morrison no poema Stoned Immaculate: “Aqui no perímetro não há estrelas; aqui a gente tá chapado…Imaculado.” (Tradução livre).

Nosso governo federal estocou, como nunca, uma medicação ineficaz para tratar a doença que causou a maior mortandade da nossa história: doentes de malária não puderam se tratar porque esgotamos a cloroquina, droga ineficaz para tratar a Covid-19, mas que trata justamente as febres do plasmodium. Tratamos criaturas sem células como vírus, como se fossem seres unicelulares como os protozoários, e como se não bastasse, tratamos vidas humanas como se fossem descartáveis como insumos econômicos inesgotáveis. Nenhum evento, doença, revolta, insurreição ou guerra matou tantos brasileiros como a Covid-19. E o que fizemos? Chapamos. Chapamos nas festas clandestinas, nas aglomerações evitáveis e nas abominações que cometemos. Chapamos nossos celulares e redes sociais de ódio, fake news, egoísmo e futilidades, chapamos muito… mas ao contrário dos versos de Jim Morrison, ficamos chapados, mas nada imaculados.

Neste novo ensaio, Alexandre Gossn reflete sobre as causas de uma segunda epidemia em nossa sociedade: o narcisismo e a falta de empatia com nossos semelhantes. Invocando o estudo feito nos anos 40 do séc. XX pelo filósofo Karl Jaspers sobre a culpa pelo nazismo entre os cidadãos alemães, o autor deixa a pergunta: o que as futuras gerações dirão de nós?

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Fascismo Pandêmico – Como uma ideologia de ódio viraliza? Um breve ensaio sobre a alma fascistoide

Cerca de cem anos após a eclosão da gripe espanhola e do surgimento do fascismo na Itália, o mundo assiste a história ressoar. Uma pandemia do chamado Corona Vírus se alastra pelo mundo deixando um rastro de doentes, mortos e falidos, mas tão chocante quanto o impacto biológico, é o impacto social. Mais grave talvez que a própria moléstia física, surge uma desordem coletiva psíquica, que tem vários componentes de uma infecção: o alastramento da infecciosa ideologia do ódio. A ideia deste ensaio parte da ambivalência das ideologias e a patuscada das bravas que a maioria costuma ser. Direitistas, Esquerdistas, Liberais e Conservadores julgam-se tão diferentes, quando em verdade, especialmente quando extremados, são todos muito similares. No entanto, uma das muitas ideologias surgidas nos últimos 350 anos merece um ensaio à parte: o fascismo e as suas vertentes. O termo anda sendo demasiado utilizado e com isso, corre-se o risco de se perder de vista seu efetivo significado. Nem todo autoritário é fascista, mas todo fascista é autoritário. Nem todo idealista é fascista, mas todo fascista é idealista. Nem todo utópico é fascista, mas todo fascista é utópico. Nem toda violência deriva do fascismo, mas não há fascismo sem pregação da violência e prevalência de um dos poderes sobre os demais. Não, o fascismo não existe na mesma dimensão e estridência que nos anos 20, 30 e 40 do século XX, mas também não se pode dizer que ele tenha sido plenamente erradicado da humanidade. No presente ensaio, o autor demonstra o que aconteceu com o movimento fascista e de que forma ele ainda se faz presente entre nós.

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Cidadelas & Muros: Como o ser humano se tornou um animal urbano

A humanidade nasceu nas savanas, bosques, florestas e charcos, mas em algum momento de sua epopeia se tornou urbana. A cidade civilizou o ser humano, tornando-o o único animal efetivamente urbano do planeta. A despeito de serem classificadas pelos especialistas como meio ambiente artificial, as cidades parecem ser uma vocação humana, sendo talvez parte de sua própria natureza alterar o meio ambiente que o cerca. Essa habilidade não é privativa dos humanos: abelhas, formigas e cupins, só para ficar nestas espécies, são criaturas que também constituem sociedades que formam aglomerados com especialização de trabalho e moldam o ambiente que as cerca. Mas não há como se comparar o grau das mudanças: o ser humano transforma o planeta inteiro de uma forma única, irrefreável e irreversível. Ao constituir cidades, a humanidade elaborou novas formas de viver, pensar e morrer, e as cidades, deram vazão a uma quantidade impressionante de novas invenções em proporções jamais vistas. A maioria das pessoas se choca ao saber que os seres humanos passaram mais tempo vivendo em aldeias que em cidades, porque hoje em dia parece tão natural que o sapiens seja urbano que chega-se a concluir que sempre foi assim. Mas não foi: um longo caminho foi percorrido até que o ser humano se convertesse na única criatura verdadeiramente urbana no planeta. Na presente obra, propõe-se acompanhar como foi este caminho, onde ele nos levou e onde ainda pode nos levar.

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Liberdade, Metamoralidade & Progressofobia

O que Anna Karienina tem a ver com Jared Diamond? E no quê ambos se relacionam com a Liberdade? Como a liberdade interfere no estabelecimento de direitos humanos e qualidade de vida de diversas nações? A moralidade é tribal? Há um valor absoluto e supremo em todas as culturais morais? Sonhar uma metamoralidade é utopia? Vivemos uma era de progresso, mas ao mesmo tempo, vivemos uma era de grandes fobias do progresso: campanhas contra transfusão de sangue, vacinação, medo de transgênicos e outros produtos da tecnologia contemporânea. Estes medos se justificam filosoficamente? Vivemos tomados pela progressofobia em nossa era pós-moderna? Estes são os temas da presente obra, que é composta da coletânea de 03 artigos publicados pelo autor em periódico do Rio de Janeiro, em temas diferentes mas que se relacionam, se interpenetram, se complementam e são acima de tudo, extremamente atuais.

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