O hospício a céu aberto em forma de país segue firme enquanto o governo em exercício for este.

Não satisfeito em ser um genocida, o governo abraça o ecocídio.

Parlamentares (estimulados pelo presidente) tentam emplacar um projeto de lei legalizando a caça esportiva no Brasil.

Como se o nosso modus vivendi já não fosse uma caça constante e devastadora à fauna brasileira, o atual governo julga que matamos pouco.

E isso tudo ocorre enquanto a equipe de Johan Rockstrom alerta que estamos atingindo o ponto da irreversibilidade quanto à perda de biodiversidade, que mantém a homeostase dos bioritmos do planeta.

O objetivo desta turma: fomentar as despesas com emissão de documentos burocráticos e aquisição de armas de fogo que abaterão animais indefesos.

Quem pratica caça esportiva já revela um grau mínimo de empatia e um distorcido senso de superioridade, mas assistir um governo e parlamentares da sua base de apoio patrocinarem este projeto ultrapassa qualquer limite de dignidade.

Se o governo não se importa com a vida selvagem, que não seja negacionista e a proteja de forma antropocentrista para ao menos em última instância, proteger a humanidade, porque sem biodiversidade, não haverá homo sapiens.

Vejam que o NEGACIONISMO vai muito além da ivermectina, cloroquina ou terraplanismo. É uma verdadeira concepção de mundo como já alertavam Tim Ingold e Bruno Latour sobre as cosmovisões que podem ser incompatíveis com um projeto de modernidade.

Apoiar este governo e seu candidato à reeleição em 2022 é ser cúmplice de uma pauta moral totalmente divorciada dos valores humanitários que a civilização levou 10 mil anos para almejar.