Já expus neste espaço (e me sinto impelido a reiterar) que vírus são agentes biológicos programados a se replicar usando material genético de um hospedeiro, mas sozinhos, causam no máximo uma ou outra infecção, mas não uma pandemia.

Pandemias são eventos multifatoriais, que combinam marcadores sociais, econômicos, biológicos, culturais e políticos.

E qual é a marca política de diversos locais do planeta na nossa era? O populismo. E o populismo se distingue por buscar explicações e soluções simplistas para eventos e problemas altamente complexos.

Em um evento onde a informação salva e a desinformação custa vidas, o populismo tende a se tornar mais letal que o próprio patógeno, porque ele próprio é um dos componentes que amalgamados, formam o evento epidêmico e retardam o seu fim.

Diversos meios (ruins) de comunicação (vide telegram), bem como lideres políticos irresponsáveis têm afirmado que a explosão de casos em alguns locais do mundo prova que as vacinas não funcionam. É o samba de uma nota só do populismo: é necessário jogar uma resposta qualquer ao público como boi de piranha.

Mas é mentira.

Os casos de covid explodem nesta fase da Pandemia nos locais que combinaram práticas equivocadas, e que somadas, trouxeram sobrecarga aos seus sistemas de saúde. Ei-las em países como EUA (alguns Estados), Alemanha, Áustria, Rússia, Romênia e Ucrânia:

– baixíssimo índice de adesão VACINAL;

– retorno às atividades presenciais sem distanciamento mesmo sem cobertura VACINAL;

– abolição integral ou parcial do uso de máscaras concomitante aos dois itens acima;

Os países acima mencionados combinam índices de vacinação que vão de até 70% a apenas 30%, o que os torna vulneráveis se adotam o “liberou geral”.

Vacinas não causam HIV, não nos tornam répteis, não nos esterilizam, não alteram sexo, mas sozinhas não operam milagres: os donos dos braços precisam procurar as agulhas e prosseguir usando máscaras e praticando algum grau de distanciamento até que este pesadelo se finde.

Se agirmos assim, falta pouco.