Os dados do INPE são informação clara: o desmatamento amazônico alcançou o auge nos anos 80 e 90, quando inexistiam ferramentas de controle.

No final dos anos 90, o governo FHC passou a implantar sistemas de segurança via satélite e fortalecer agências e organismos de governança que começaram a preparar a queda no desmate.

Ao longo dos governos Lula / Dilma, estes sistemas começados nos anos FHC, foram sendo lapidados e o desmatamento, pela primeira vez em décadas, começou a cair.

Durou pouco.

O primeiro revés veio ainda no governo Dilma, quando o novo Código Florestal (2012) foi aprovado com claros retrocessos na proteção, justamente quando Johan Rockstrom e sua equipe já vinham avisando a necessidade de redução de emissões de gases.

Mas os assuntos se interligam?

Totalmente.

Ao contrário do que diz o senso comum, as maiores emissões não estão nas cidades (não que não devam ser reduzidas também), mas na agropecuária e no desmatamento.

O retrocesso do Código Florestal permitiu o aumento do uso de áreas para desmate (agora legal), e passamos a ter a primeira derrota: a queda no desmatamento foi interrompida.

Mas o pior ainda estava por vir. Com a eleição deste atual governo e a investidura do ex. min. Salles, o desmatamento tornou a subir. O que o governo fez? Ameaçou abandonar o acordo de metas, desmontou as agências de proteção e esvaziou o INPE.

Não estamos diante um acidente, mas sim, de uma prática necropolítica premeditada, e o mundo inteiro percebeu isso como ficou claro na Conferência de Glasgow.