A visão mecanicista da história e da ciência foi proposta por muitos teóricos, que vão de Newton a Marx.

Thomas Kuhn combateu (especialmente nos anos 60) vigorosamente essa visão, de que rumamos gradativamente sempre ao progresso.

Em parte, acredito que Kuhn estava errado e que há sim uma linha de avanços contínuos, embora considere Marx errado ao julgar que há uma garantia desse progresso científico, histórico e social.

Vez por outra, eventos atuais nos recordam que nada está garantido. O Afeganistão é o exemplo da vez. Por que um ser humano se dependuraria em uma roda de avião – arriscando e perdendo a vida assim – em pleno século XXI?

Simples: porque ele tinha certeza que morreria de forma horrível nas mãos do Talebã.

Mas não foi sempre assim. As mulheres votaram no Afeganistão já na década de 20 do século passado e a constituição afegã dos anos 60 garantiu igualdade.

O que ocorreu lá nestes últimos 60 anos? Como de mulheres livres, as afegãs passaram a pessoas que não podem estudar e trabalhar e devem ficar sob a escuridão de burcas?

O progresso pode ser contínuo, mas nada está garantido e uma minoria barulhenta e violenta pode virar um país de cabeça para baixo.

#Repost @washingtonpost
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Hundreds of people ran alongside the wheels of a U.S. military aircraft as it attempted to take off from Kabul’s international airport. Others climbed up the sides of the plane as it edged forward, engines roaring.

Some clung to parts of the plane as it jetted upward into the blue sky, with at least one person appearing to fall from a height back to the ground. A local Afghan agency showed images of at least one body that landed on a rooftop in Kabul.

Other videos taken as thousands flooded the airport in the wake of the country’s fall to the Taliban showed people dangling from ladders leading to aircraft while others pushed forward to try to board — with or without a ticket.