Os historiadores se dividem em três grupos para definir quando começou a Segunda Guerra Mundial: o primeiro grupo aponta a invasão da Manchúria pelo Japão, outro grupo aponta a eclosão da Guerra Civil Espanhola e o terceiro grupo indica a invasão da Polônia.

Vamos falar do segundo grupo neste post.

A guerra civil espanhola foi um laboratório para Hitler testar seus armamentos enquanto apoiava o extremista General Franco, um líder político adorado pela extrema direita na Espanha até hoje.

Em 17 de julho de 1936, a guerra civil espanhola teve início com levantes armados em várias partes da península ibérica. Um destes foi aqui em Sevilha, capital da Andaluzia, quando forças armadas nacionalistas lideradas pelos Generais Sanjurjo, Franco, Mola, Goded e Queipo de Llano tentaram derrubar o governo da Frente Popular da Segunda República Espanhola . Um dos principais objetivos do golpe era tomar o controle das principais cidades do país, entre elas Sevilha.

O golpe não teve o sucesso esperado, não conseguindo tomar todas as cidades em que houve o levante, mas Sevilha caiu.

O governador civil fora deposto e preso, os nacionalistas recomendaram que seus homens praticassem estupros coletivos aos montes das sevilhanas e todos os homens que não se renderam foram fuzilados na muralha de Macarena (objeto desta minha foto).

No auge da violência, estima-se que 60 homens foram fuzilados ao dia só nas muralhas de Macarena.

A conquista de Sevilha foi fundamental aos revolucionários nacionalistas que anos depois invadiriam Madrid e Barcelona e contando com a ajuda da força aérea nazista, bombardearam posições chave dos republicanos.

Até terminar, a guerra civil custaria meio milhão de mortos e terminaria com a ascensão e ditadura do General Franco, um dos líderes mais radicais e sanguinários do séc. XX, e mesmo assim, venerado até hoje.

As muralhas de Macarena foram tingidas de sangue em 1936, mas seguem firmes para contar a história de um país em que centenas de milhares morreram para não se curvar ao Nazifascismo na forma do Franquismo.