Uma cidade que ordenou a segregação de conterrâneos, a invasão e destruição de nações vizinhas e a assimilação da riqueza produzida por terceiros.
Uma cidade de onde partiu a ordem para se criar campos de concentração onde mulheres grávidas eram fuziladas com sádico prazer no paredão com tiros nos seus ventres, experiências médicas monstruosas foram autorizadas em “inimigos” e pilhas de cadáveres de famílias inteiras vertiam em câmaras de gás para serem recolhidas e cremadas por outros familiares e amigos.
Uma cidade que foi bombardeada até não restar pedra sobre pedra, e assistir as tropas aliadas a adentrarem tanto para derrotar os nazistas, salvar inocentes como para se produzir um dos maiores casos de estupros coletivos que se conhece (mulheres alemãs vítimas de soldados aliados).
Uma cidade fatiada em 4 zonas: uma francesa, uma britânica, uma americana e uma soviética, para depois se tornarem 2, e entre elas se erguer um muro abjeto que separou mães e filhos, irmãos e primos, amigos e amores.
Uma cidade que baleava quem tentasse saltar de um dos lados do muro ao outro, e que simbolizava, um mundo dividido entre duas potências hostis e desconfiadas.
Uma cidade que trocou a Gestapo e SS pela Stasi durante décadas de repressão, até um dia se unir. E enfim, hoje: uma cidade que é Cosmopolita, onde o nacional se dilui no internacional, onde cores, raças, credos, etnias e línguas borbulham com harmonia.
Uma cidade onde judeus, cristãos e muçulmanos são capazes de se coordenar para construir um templo único que represente as três religiões e que foi capaz de se reinventar, a ponto de transformar o passado de intolerância em um presente exemplar.
Esta cidade é Berlim.