Como prometido, volto ao tema, para de forma leve e sucinta, tentar demonstrar com os amigos como as tipologias surradas DIREITA X ESQUERDA são insuficientes desde sempre para tentar representar afetos políticos.

Se já em 1789 – durante a Revolução Francesa – na Assembleia Nacional a definição não dava conta dos nuances da sociedade daquela época, o que se dirá hoje em dia!

Temos que ter em mente que o que a maioria de nós (ao menos no Ocidente) deseja é a combinação do Liberalismo (liberdades individuais, políticas, intelectuais e econômicas) com a democracia representativa (já que a direta é inviável).

Claro que estas categorias também são insuficientes, mas elas estão mais próximas do que conseguimos sentir e descrever na sociedade do séc. XXI. Vamos tentar as definir?

– Revolucionário: é o agente político que deseja mudanças a qualquer preço, aceitando romper o contrato social (instituições) para que as mudanças ocorram. Seria o que chamamos de extrema esquerda.

– Progressista: é o agente político que deseja mudanças, as considera necessárias, mas entende que precisam ser negociadas e a sociedade demanda tempo para as digerir. Topa transigir e aceita retardar algumas mudanças para preservar as instituições.

– Conservador: é o agente político que entende que as mudanças sociais devem ser feitas no varejo, aos poucos e com zelo. Enxerga a sociedade como um pacto entre os mortos e vivos e vê finalidade nas tradições. Topa transigir e implantar ou acelerar algumas mudanças que discorda se for para preservar as instituições.

– Reacionário: é o agente político que não tolera mudanças e deseja bloquear ou reverter toda e qualquer mudança possível. No seu entender, quando muda, a sociedade se degenera e existe um passado mítico no lugar do passado histórico. Para impedir o avanço ou mudanças da sociedade, aceita romper as instituições, inclusive para reverter mudanças concretizadas. É o que chamamos de extrema direita.

Dar exemplos de cada tipologia é sempre difícil, pois os conceitos não são cem por cento precisos e as formas de se fazer política variam no tempo e espaço.