Não nasci com o dom da fé, tampouco consigo crer em eventos ou forças sobrenaturais.
Para mim, os mistérios são mistérios porque não foram ainda explicados, mas em teoria, todos podem sê-lo.
Mas isso não significa que eu não entenda a fé e não a admire.
Especialmente a fé que é acompanhada de atos concretos.
Por isso, desconfio profundamente de quem professa uma fé teórica, sempre escondida atrás do biombo dos arcabouços teóricos, repletos de segregações.
Na minha visão de agnóstico, o cristianismo consegue ser muito belo, mas não para pensar apenas e sim para agir.
Não consigo crer que Cristo defenderia armamentismo e duvido que faria odes aos revólveres, pistolas e fuzis.
Cristianismo – sob a minha ótica – é agir e agir em prol de terceiros com o que se pode dar ou doar.
Por exemplo, um teto para dormir, uma sopa para forrar o estômago e um colchão para repousar o esqueleto sofrido.
Exatamente no dia em que o Governo Federal distribuiu imagens de lavradores segurando fuzis para celebrar o dia do agricultor (justamente quem alimenta as bocas desse país), o padre Júlio Lancelotti fez o oposto: deu abrigo a irmãos famintos na noite mais frio do ano.
Quem afinal representa Cristo, amigos?