Misoginia é um processo sócio-cultural com pitadas psicológicas também do indivíduo que a pratica.
Como em qualquer ato que expressa violência, há algo subjacente ao ato em si.
Por trás de quem sente desprezo por mulher, certamente deve haver um ressentido, rejeitado e odioso.
Sob a veste do mandão machão, fatalmente há um homem pequeno e medroso, torturado pela ideia de ser inquirido por mulheres.
Na ótica do misógino, há um pavor sem igual: como lidar com uma sociedade que permite que mulheres assumam o protagonismo?
E no caso específico da pessoa que todos sabem quem é, como lidar com o fato de estar rodeado de mulheres mais inteligentes que ele?
O Brasil é um dos países mais machistas do mundo, e no Ocidente, talvez o mais.
Não é de admirar que parte da população, embebida neste caldo cultural brutal, tenha escolhido como avatar do seus afetos políticos justamente um sujeito que menospreza o sexo feminino.
Não para aí.
O desprezo se estende a qualquer gênero que não seja o masculino, qualquer cor que não seja a branca e qualquer credo (ou falta dele) que não seja o que ele professa.
Anotem, amigos: misoginia vem em combo. Não verão um misógino que aceita homossexuais ou que tolera transgêneros ou que considera a igualdade racial uma condição mínima para a busca da dignidade humana.
A misoginia é espécie do gênero COVARDIA.
Vamos dar mais um mandato a um covarde?