A expressão é complexa mas o conceito é simples.
Acostumado por 99.70% de seu tempo de existência a depender de números que conta nas mãos, o gênero humano não sabe lidar corretamente com números macro ou microscópicos.
Assim, em dado momento, a morte deixa de ser um conceito enlutado para se tornar mera estatística.
440.000 pessoas morreram na Guerra do Paraguai (1864 – 1870), entre militares e civis de quatro nações: Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai.
Voltemos ao presente: 2020/2021, Brasil.
Perdemos 500.000 vidas em 15 meses.
A guerra do Paraguai foi o maior conflito bélico da história da América Latina e mesmo durante 72 meses, envolvendo 04 países, matou menos que a Pandemia em solo brasileiro por apenas 15 meses.
500.000… meio milhão.
É mais que a população de praticamente todas as cidades do Brasil, inclusive várias capitais.
Isso significa aproximadamente de 3 a 5 milhões de pessoas diretamente atingidas pelo luto, perdas, viuvez, orfandade e interrupção de projetos.
Pior: não são mortes “naturais” ou inevitáveis.
Pior ainda: não há sinal de empatia em quem poderia tê-las evitado.