Temos falado aqui neste espaço em colunas, posts e lives sobre diversos aspectos da Pandemia.

Vacinas, tecnologia, princípios éticos, progressofobia e populismo.

Hoje trago um outro enfoque: será que na Pandemia todos sofrem o mesmo revés em termos sócio-econômicos?

Mais: será que estamos todos vivendo a pandemia na mesma realidade?

Na figura I, temos um quadro de um estudo publicado pelo jornal @estadodeminas e divulgado pela @luizacaires3 que demonstra que estamos sim no mesmo barco, mas seguramente não ocupamos os mesmos decks e cabines.

Profissionais da área da limpeza em atividades mal remuneradas representam sozinhos quase 2/3 dos doentes pela Covid 19 na grande Belo Horizonte / MG.

E quando se contabiliza as diaristas, faxineiras e empregadas domésticas temos o mesmo percentual no que toca aos pacientes sedados ou entubados.

Como se vê, no meio da tormenta, nossa nau sacrifica mais algumas cabines que outras. Estas são categorias que não costumam ser poupadas no isolamento social e pagam o preço com vidas.

Na figura II vamos observar que a nossa realidade fenômenica foi estilhaçada em vários cacos.

Duas senhoras participam de passeata em que afirmam inexistir qualquer necessidade de isolamento. Parecem inclusive colocar em xeque a existência da Pandemia, algo feito por influenciadores importantes da internet, que inclusive indicam ministros no atual governo federal.

Na realidade que existe, pessoas carentes de recursos estão morrendo servindo às pessoas que – na realidade paralela que não existe – menosprezam os serviços prestados por aqueles que estão morrendo na Pandemia que não existiria.

Parece complicado?

É o que acontece quando a sociedade é infectada com negacionismo.