Algumas pessoas por ingenuidade, outras por desconhecerem fatos históricos e a dinâmica às vezes pendular das eras, creem que eras futuras sempre estão livres dos males do passado.

Ainda neste prisma, muitas pessoas que pensam da forma acima assinalada, envolvem o mal sob um invólucro em que fique mais fácil identificá-lo e ao mesmo tempo, assimilá-lo.

Com o fascismo não foi diferente: associado a Benito Mussolini e o regime Nazista, comumente nos esquecemos que ainda que não hegemônico, o fascismo viralizou em muitos outros locais para além da Itália e Alemanha: EUA, México, Chile, Argentina, Brasil, Portugal, Reino Unido, Espanha, Hungria, Rússia, Egito e até pasmem, China, foram nações que tiveram movimentos e partidos fascistas.

Evidentemente, como leciona o historiador argentino Federico Finchelstein, um movimento nacionalista que se espraia assim não pode ser lastreado em sentimentos particulares.

Claro que não.

Há algo universal na mitologia fascista, há algo na alma humana que responde a linguagem do fascismo.

É disso que Fascismo Pandêmico, meu terceiro livro trata e me senti no dever de partilhar breves trechos dele, para que quem sabe, alguém interessado possa observar as graves semelhanças de um passado terrível com um presente difícil.

Neste domingo assistimos novamente manifestações pedindo a volta do AI-5 e tal qual nas manifestações de 2020, observamos pessoas clamando por soluções ancoradas unicamente na força.

É justamente a força que atrai de forma magnética as tendências fascistoides que o ser humano tem.

Por que dialogar se podemos nos impor?

Resistir a essa tendência universal do sapiens é um imperativo moral e político, visto que a se curvar à força, finda-se o debate democrático.

O que ocorreu hoje não é inédito e as lições de pouco mais de 100 anos atrás, quando uma Pandemia nos jogou no colo de diversos regimes antidemocráticos permanecem valiosas.

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