Karl Mannheim foi um íntegro intelectual que desenvolveu ou descobriu o chamado PARADOXO DE MANNHEIM.

Mannheim, estudando o processo de aquisição de crenças, percebeu que a ideologia pode se transformar em uma lente que colore a nossa percepção de mundo. Buscou uma solução que superasse esse conflito, mas acabou despencando no paradoxo que leva seu nome: como ter certeza que a visão aideológica não é ela mesma uma forma ideológica?

Karl Marx, por seu turno, ensinava que a visão ideológica é de natureza distorsiva, ou seja, a realidade é algo além dela. Clifford Geertz defendia que a ideologia não é necessariamente distorsiva, mas sim, integrativa: uma ferramenta necessária para integrar a vida cultural à vida biológica. Max Weber, por seu turno, considerava a ideologia uma mediação, uma forma de legitimação da autoridade para além da força, visto que a autoridade lastreada apenas na força se esgarçaria rapidamente.

Talvez as visões de todos sejam equivocadas, ou talvez a ideologia seja um pouco de todas estas definições.

É fato que algumas visões ideológicas podem produzir mais estragos sociais que outras e que todas as ideologias – embora não sejam alicerçadas na realidade – produzem fatos reais.

Nosso país, infelizmente, nos últimos 20 anos tem escolhido ideologias, não pelas quais viver, mas pelas quais morrer.